domingo, 2 de janeiro de 2011

Sexo, Gênero, Sexualidade e Construção Social. 2/4

Sabemos que a linguagem é utilizada também para a coerção social, como vimos em Peter Berger durante o semestre, pois ela indica as condições de vida dos falantes, o grupo social ao qual pertence e também uma diferenciação dos discursos entre os gêneros.

Entre uma das teóricas que serviram de base teórica para o estudo citado, darei destaque primeiramente à Deborah Cameron – professora em Oxford desde 2004 cuja área de pesquisa está relacionada à sociolinguística e antropologia linguística, tendo publicado especialmente sobre linguagem de gênero e sexualidade. Sobre esse assunto ela diz que “ a segregação dos sexos durante a infância e a adolescência produz diferentes marcas nos objetivos e estilos conversacionais (Cameron, 1995 : 33). Dentro de sua área de estudo ela propõe três temas principais a serem observados com mais cuidado na fala das mulheres, são:

  1. 1) A fala e o silenciamento: momentos em que se nega as mulheres o direito de se expressarem sobre si livremente. Acontece quando as vozes são abafadas, escondidas. Ocorre em cerimônias religiosas, na retórica política, no discurso legal bem como na ciência. Ex.: muitas escritoras do século 19 preferiam adotar nomes masculinos para que seus trabalhos fossem aceitos pela crítica literária.
  2. 2) As representações: linguagem e discursos sexistas: como a linguagem faz parte da cultura humana, como se veem as mulheres e o que elas significam dentro de determinado contexto, também é apreendido pelo uso da linguagem. De acordo com Cameron, a relação da prática social com o uso da linguagem favorece a mudança de uma situação desfavorável para determinado grupo.
  3. 3) Falar de gênero: é importante que haja diferenças entre gêneros. Ela pode ser biológica, levando em conta o contexto de sexo, mas a de gênero é socialmente construída.

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